Cinderela
Era uma vez um homem chamado Montor. Tinha uma esposa que morreu porque a cabeleireira que lhe devia dinheiro morreu. Ele se casou com uma mulher muito arrogante e vaidosa chamada Artides; ela se maquiava oito vezes ao dia e não parava de tomar banhos de leite com pimenta, alcachofra e beterraba. A mulher tinha duas filhas, Lorranes e Morgane, que puxavam-na na arrogância e deslealdade. O homem também tinha uma filha nascida no casamento anterior, cujo nome era Cinderela. A garota era bondosa, bonita e meiga; puxara bastante a falecida mãe. Voltando a Artides, esta mandou um soldado real matar Montor em troca de uma consulta nutricional, já que era nutricionista.
Depois da morte do pai, Cinderela começou a trabalhar feito um bando de camelos que acabaram de tomar água tônica. Artides, Lorranes e Morgane a exploravam:
-- Lave e passe todas as roupas; tire os objetos do chão; faça o jantar; encere o chão e não se esqueça de lavar os banheiros. Vamos ao Shopping dos Contos.
-- Está bem, mamãe!
-- Não me chame de mãe, imprestável!
Um dia, o rei da região onde Cinderela morava resolveu dar um baile, para escolher uma esposa para seu filho. O rei já estava cansado de cuidar do príncipe, que, por sinal, dava muito trabalho. Este deixava as roupas espalhadas pelo quarto, não ajudava a mãe a fazer faxina no castelo dentre outras ajudas que poderia dar. Foram chamadas todas as jovens, bonitas ou mocréias, para o baile.
As "irmãs" de Cinderela passaram os dias provando vestidos de um costureiro famoso. No dia da festa a menina disse a sua madrasta:
-- Posso ir ao baile?
-- Só se conseguir terminar todos os seus afazeres domésticos!
-- Você nunca poderá ir ao baile! -- disseram as irmãs rindo. -- Só vai quem usa um vestido de algum costureiro famoso, como o costureiro Tecidê D'camelô!
As duas irmãs e a madrasta saíram juntas para o baile, e Cinderela pôs-se a chorar; estava quase inundando a casa. De repente, uma boa senhora se formou do nada e disse:
-- Não entro numa enchente dessas há cem anos! Que horror! -- fez uma magia fazendo a água sumir.
--Quem é você? -- Cinderela perguntou ao ilustre ser.
--Sou sua Fada Madrinha! Você quer ir ao baile, não é mesmo?
--Sim!
--Então é pra já!
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Prestativa, a fada transformou uma cebola em uma carruagem em forma de caveira; fedia, mas era muito bacana! Transformou quatro esquilos em cavalos e um rato em cocheiro. Num passe de mágica, os farrapos que a menina vestia viraram um lindo vestido do costureiro de maior prestígio no reino: Seda Se'camelô. E, enfim, seus sapatos feitos de saco de batata se transformaram em sapatos de cristal. A garota foi posta na carruagem recebendo a seguinte recomendação:
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--Volte para casa no máximo à meia-noite, porque, senão, o encanto acabará e você virará uma mocréia!
-- Oh, não! Isso é terrível!
Usando a avenida principal, logo Cinderela chegou ao baile. As irmãs e a madrasta olhavam-na de longe em tom de desdém.
O príncipe, a quem a festa se destinava, viu Cinderela, quando ia pegar um refresco, e se apaixonou à primeira vista. Convidou-a, então, para dançar. Dançaram os ritmos dos anos 70 até não aguentarem mais, lembrando dos bons tempos da discoteca. Quando o sino do palácio bateu à meia-noite, Cinderela saiu do baile correndo; porém perdeu um dos sapatos de cristal. O príncipe guardou o sapatinho.
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No dia seguinte, o príncipe começou a entrar em todas as casas, tentando colocar o sapatinho de cristal no pé da dama que lhe concedera uma dança. Pelo visto não era muito bom em lembrar de rostos. Depois de muitas tentativas, chegou à casa da madrasta de Cinderela. Tentou enfiar o calçado no pé de Lorranes, a irmã mais velha, mas o pé era muito gordinho. Tentou no pé de Morgane, a segunda irmã. Era muito pequeno e com unhas enormes, um horror! Ouviu-se um espirro. Apesar das mulheres negarem ao príncipe quanto a existência de outra pessoa na casa, o herdeiro não acreditou e acabou encontrando Cinderela atrás de uma estante. A menina estava escondida por ordem das irmãs e da madrasta. Achando a cara da moça similar a da súdita com quem valsara, colocou o sapatinho em Cinderela. Conseguiu: era o pé correto. Cinderela e o príncipe se casaram e fizeram uma festa de arromba. Até a fada-madrinha foi convidada. A boa fada até ganhou a coroa de rainha da dança em discoteca, já que gostava bastante de dançar.Todos viveram felizes para sempre.